Quando iniciei nesta área, o trabalho temporário no Algarve era pouco conhecido, havia pouca concorrência, a sua presença era pouco ou nada relevante no mercado. Nesta altura, oferecíamos uma solução ao cliente, que facilmente era aceite como uma opção válida.

No recrutamento o leque de candidatos era grande, cada processo envolvia sempre vários candidatos, o recrutador tinha a possibilidade de selecionar entre candidatos, os que enviava a entrevista com o cliente, tendo a meu ver, nesta altura o seu trabalho muito facilitado, embora o grau de exigência do cliente já fosse grande. Durante alguns anos o mercado de trabalho no Algarve era sazonal, trabalhavam-se apenas 6 meses por ano, vivendo basicamente da aviação e do turismo.

Hoje os tempos são outros, com o passar dos anos, a abertura de grandes superfícies comerciais, o mercado de trabalho começa a expandir-se gerando muitos postos de trabalho, havendo mais oferta noutras áreas que não a da hotelaria e turismo. A população começa a encontrar nestes empregadores ofertas menos sazonais, onde tem a possibilidade de ter trabalho durante todo o ano, proporcionando-lhes assim maior estabilidade a vários níveis, profissional, financeiro, familiar.

Este crescimento faz com que várias empresas de trabalho temporário se instalem na zona do Algarve, umas mais ligadas ao turismo, outras nem por isso, gerando maior concorrência nos clientes, a nível de preços, candidatos e oferta.

Hoje com a recuperação económica do país, o mercado continua a crescer, sentindo-se cada vez mais dificuldades no recrutamento de trabalhadores, não só pela oferta disponível, mas também pelas condições contratuais oferecidas.

Nesta altura as posições invertem-se. Quando entrevistamos um candidato, procuramos na nossa carteira de clientes uma oferta de trabalho que vá de encontro aos seus objetivos, às suas necessidades, ao que pretende profissionalmente.

O cliente tem várias oportunidades de trabalho, mas os candidatos são em muito menor número. As tendências do mercado de trabalho obrigam-nos a moldar á sua medida. Hoje somos obrigados a sair em busca de soluções, para satisfazer as necessidades de clientes e candidatos. Temos que ser criativos e rápidos, para combater a concorrência desleal, que envia candidatos aos clientes sem qualquer tipo de triagem curricular, para ser o primeiro a dar resposta, mas que depois não cumpre o compromisso assumido com o cliente e candidatos.

No que diz respeito aos clientes, sente-se a necessidade de uma maior proximidade, empenho e acompanhamento, seja de processos ou colaboradores, para que o cliente perceba a nossa vontade e interesse na satisfação das suas necessidades, para que perceba que para nós, não é apenas mais um cliente, onde batemos á porta para vender algo, mas sim um parceiro.

Os candidatos são a nossa matéria- prima, se não for tratada com o seu devido valor, acaba por se perder. Refiro-me a tratamento, no que diz respeito, a assumir compromisso, a oferecer-lhe apenas e só aquilo que nos é possível, mas com honestidade, com certeza, palavra, rigor e sobretudo com humildade, estabelecendo uma relação de parceria, de compromisso, de confiança.

Estes são os tempos de mudança que vivemos hoje e aos quais temos que estar atentos, para maior sucesso naquilo que fazemos.

 

Carla Silva
Consultor Gi Group

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