Em poucos anos o mercado de trabalho assistiu a uma mudança de paradigma. Quem escolhe quem?

Nos anos de crise económica e assistência financeira, a Lei da Oferta e da Procura funcionava a favor dos empregadores – havia poucos (bons) empregos disponíveis e uma grande oferta de mão-de-obra – não era difícil recrutar os talentos necessários ou investir na atratividade. Qualquer empresa que necessitasse recrutar, colocava um anúncio, recebia centenas de candidaturas, desenvolvia o processo de recrutamento sem pressão, quase sempre com uma baixa remuneração e…, Está Contratado! Mais um!

Hoje um consultor de RH olha para o mercado pelo prisma oposto. A recuperação económica fez e, continua a fazer com que a maioria das empresas procurem talentos, a procura por profissionais é alta, principalmente por funções técnicas (que as instituições de ensino não conseguem fornecer). Hoje, quem escolhe quem? A resposta é simples. É o candidato que escolhe o empregador!

É esta mudança de paradigma, o quebrar o modelo instituído no mercado de trabalho, que os nossos consultores gerem diariamente; auxiliar os clientes a compreender o novo modelo de recrutamento onde quem dita o ritmo do processo de recrutamento é o candidato. Não poucas vezes, quando o cliente opta por um candidato, este já não está disponível. A rapidez nos processos de seleção é um dos pontos-chave. Estamos em 2018, é no candidato que temos que colocar o foco.

É com os olhos postos nesta mudança, que nós tentamos diariamente novas abordagens – diferentes atitudes – o processo de recrutamento tem que ser uma experiência positiva para o candidato, tem que servir o candidato, não se pode continuar a preconizar a ideia de culto da Empresa Cliente, esse local único! Essa abordagem apenas irá desgastar a marca e afastar os talentos que o cliente necessita para desenvolver o seu negócio.

O trabalho de consultoria e recrutamento que nós desenvolvemos, diariamente, junto dos nossos clientes, com vista à contratação dos melhores candidatos, assenta em mudanças simples e que ao mesmo tempo ajudam a melhora a atratividade.

O processo de seleção tem que ser rápido. O candidato certo, aquele que faz o match perfeito, não espera! Tem outras ofertas, está noutros processos de recrutamento.  Antecipar as necessidades de recrutamento, faz-nos controlar todo o processo.

Não deixar o candidato sozinho, mantê-lo envolvido. Enviar um e-mail a comunicar sempre que haja uma alteração, uma passagem de etapa no processo, ou simplesmente comunicar, mesmo sem nada de novo. O candidato tem que sentir que é o ponto central do processo. É um Special One!

Utilizar uma estratégia baseada nas redes sociais e plataformas digitais. As ofertas de emprego devem estar em qualquer lugar, a qualquer hora. Se os candidatos vivem através dos dispositivos móveis, então é aí que temos que estar. Com mensagens curtas e cativantes, com foco na experiência que daí (os candidatos) podem retirar.

Ser claro e direto. Para que um processo seja célere, deverá ser fornecida toda a informação sobre a empresa (muitas vezes uma consultora não pode revelar o nome do cliente, mas pode e deve enquadrar a empresa), o que se espera da candidato, a posição a ocupar, a carga horária, disponibilidade, remuneração. Quanto mais cedo houver uma triagem de parte a parte, melhor se desenrolará o processo.

Tal como uma empresa aceita o primeiro orçamento como sendo o melhor, também o candidato pretende, desde início, receber a oferta salarial mais competitiva. É importante a DRH da empresa cliente trabalhar com a consultora de recrutamento, no sentido de conhecer a realidade, ter um benchmarking salarial atualizado. Pagar o correto e ser competitivo ao mesmo tempo.

Estas ações podem ser colocadas em prática por qualquer empresa que esteja à procura de talentos para reforçar a sua estrutura e, neste momento são (muito) poucas as que não sentem essa necessidade. Porém, a probabilidade de concretização será mais elevada, caso o processo de recrutamento (desde a sua conceção até à contratação), seja desenvolvido em conjunto com um consultor de RH. Desta forma é garantido o foco na busca pelo melhor candidato, enquanto a empresa cliente continua empenhada em desenvolver a sua atividade core.

 

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Nuno Sengo Croca
Area Manager South
Gi Group Portugal

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