As crescentes alterações climáticas têm vindo a ser acentuadas pelo aumento do consumismo desenfreado. Um exemplo mediático responsável por estas alterações é o consumo de plástico. Somos incentivados a reduzir o consumo deste tipo de material, mas irá a indústria do plástico desaparecer?
A indústria transformadora em Portugal empregava, em 2018, aproximadamente 711 mil pessoas, contando a indústria do plástico com um volume de negócios de aproximadamente 5 mil milhões de euros anuais.
O tempo e as exigências da sociedade quanto ao consumo de novos tipos de materiais são alguns dos entraves a esta indústria, que afirma necessitar de tempo para criar novas estratégias, não apenas numa lógica de sobrevivência, mas igualmente numa lógica de garantia de qualidade e de segurança alimentar dos diversos produtos.
A diretiva relativa aos plásticos de utilização única veio acelerar esta necessidade de adaptação. Contudo, já são visíveis as respostas apresentadas a este problema:
- participação em projetos de investigação que analisam e comparam a pegada ecológica dos produtos de plásticos vs. produtos alternativos (como papel ou cartão).
- embalagens fabricadas com recursos a plástico reciclado ou retirado do oceano (como podemos ver num anúncio de um conhecido produto para limpeza de roupa);
Neste sentido, a comissão europeia coloca a meta da criação de 200 mil empregos até 2030 no setor da triagem e da reciclagem.
Por outro lado, a utilização de plástico permitiu:
- a democratização do acesso a diversos bens de consumo;
- a redução da pegada ecológica (atualmente, um carro conta com uma média de 15% de componentes feitos em plástico, o que permite uma redução clara da utilização de combustíveis fosseis).
O maior desafio quer para a sociedade quer para estas indústrias passa pela consciencialização das populações quanto ao que é feito com as embalagens/produtos após a sua utilização.
Várias empresas começam a optar pela utilização de loiça no local de trabalho ao invés do recurso ao plástico e a trocar produtos com embalagens por produtos a granel (como é o caso das capsulas de café ou da fruta).
A economia circular será a palavra chave para o sucesso de ambas as partes, pelo que a indústria de produção de plástico deverá adaptar-se e garantir a sua existência futura com os relativos impactos no mercado de trabalho.
Guadalupe Pinheiro
Permanent Placement Consultant
Gi Group Portugal