O último ano foi marcado por uma realidade que ninguém antevia, nem estava preparado para enfrentar. Tanto assim é que, ainda neste contexto, não é possível antecipar como o mercado do trabalho se comportará até final de 2021.
Será esta a última vez que tivemos que confinar? Existem prognósticos mais otimistas de recuperação a partir do segundo semestre, mas tal prognóstico reveste-se de alguma imprevisibilidade e também da necessidade de acreditarmos que a “tempestade” já terminou e que a seguir “vem a bonança”.
Durante longos meses, as empresas tiveram que se adaptar e reestruturar-se recorrendo ao lay-off, ao corte nos custos fixos, ao despedimento… O trabalho temporário teve uma janela de oportunidade constituindo uma mais valia de parceria com as empresas na substituição de colaboradores que foram afetados pelo Covid e colaboradores que, não tendo uma função compatível com o teletrabalho, tiveram de permanecer ausentes do trabalho por necessidade de assistência a filhos menores, que permitiu atenuar o impacto negativo no negócio.
Esta pandemia colocou em causa muitos dos valores tidos como garantidos pelo ser humano, entre eles a Saúde e o Emprego (rendimento financeiro), que afetam seguramente outras áreas da vida.
Em janeiro, pelo segundo mês consecutivo, o número de desempregados inscritos no Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) aumentou. De acordo com os dados divulgados no fim do primeiro mês de 2021, havia 424.359 desempregados inscritos nos centros de emprego. Ainda em janeiro, assistiu-se também a um aumento considerável nas ofertas captadas e nas colocações, 27% e 60% respetivamente.
Para os mais otimistas, a taxa de desemprego atual, face ao contexto, não parece tão negativa como seria de esperar. Contudo, não nos podemos esquecer do número de desempregados que se encontram a realizar formações (promovidas pelo IEFP) e as pessoas que não se encontram, à data, numa procura ativa de emprego. Nesta ótica seguramente os números espelhariam uma realidade bem mais assustadora da situação atual em termos de desemprego.
Para todos os que se viram privados do seu emprego, do seu rendimento mensal e da sua realização profissional, a procura ativa de trabalho é algo que não deve ser adiado, pois o regresso ao mundo do trabalho nem sempre acontece quando o desejamos…